quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O mundo digital engole a TV paga

O jovem meio digital trouxe um conceito que veio para ficar: conteúdo "on demand".

Em seu aniversário de 20 anos, com crescimento de 17,6% no primeiro trimestre de 2009 e atingindo 6,35 milhões de domicílios, a TV paga está em decadência.

As operadoras de tv paga sempre quiseram enfiar aquelas dezenas de canais que nunca assistimos no pacote para justificar o valor cobrado. Até antes de conseguirmos buscar os nossos conteúdos predilétos na internet, éramos obrigados a pagar por 60 canais para assistir 3. Não seria melhor para o consumidor consumir os canais "on demand"?

Outro ponto importante que levavam os consumidores a pagarem para assistir tv era a qualidade do sinal, pois era horrível ficar arrumando a anteninha em cima da televisão ou subindo toda hora no telhado. Com a qualidade da tv digital isso acabou.

Como bem exposto na reportagem da folha de são paulo, no caderno ilustrada desse domingo, "o avanço da web sobre a tv só não é maior por causa da pressão das operadoras, principalmente a Net".

Nos EUA, os sites de grande parte dos canais de tv disponibilizam o conteúdo online, gratuitamente, aos internautas. Séries como "Lost" e "Desperate Housewives" podem ser vistas no site da Disney logo após a exibição pela tv. Isso só não acontece no Brasil por conta do lobby das operadoras. "Em maio, a Sony do Brasil teve que tirar do seu site as séries que compra da Disney. Elas eram colocadas gratuitamente na internet no dia seguinte à primeira exibição pelo canal", comenta a mesma reportagem. O Terra está de parabéns por conseguir transmitir algumas séries em lançamento no seu portal.

A reportagem da folha mostra ainda a opinião do diretor do canais abril, André Mantovani: "No mundo digital, todo grande intermediário entre o produtor e o consumidor está perdendo sua função..."

Contudo, é incrível que o diretor-geral da Globosat, Alberto Pecegueiro, e o presidente da Net, José Feliz, ainda tenham coragem de declarar aos repórteres do citado periódico que "o modelo seguido pelo Terra e pela Disney não tem futuro". Por favor, o conteúdo "on demand", pago ou não, não é futuro, é presente. Queiram estar por dentro das mudanças do mundo. Sugiro a leitura do recém-lançado livro do Chris Anderson: Free, the future of a Radical Prices, o autor de "Cauda Longa" e editor-chefe da grande "Wired".

Vejam um ótimo comentário sobre o livro do Chris Anderson no blog do professor Fábio Prudente. Obs: quem está nos estados unidos pode ler gratuitamente.

A internet está transformando o mercado de televisão. A Apple já vende conteúdo a la carte. O youtube é gratuito. E por aí vai. Ainda bem que os barões reacionários e tradicionais da tv e tv paga estão sendo aos poucos engolidos pela novo modelo de comunicação, o digital, que com certeza é bem mais democrático do que enfiar dezenas de canais em pacotes, tirando o poder de escolha do consumidor.

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